terça, 17 de janeiro de 2017
Município vai religar iluminação pública
A Câmara Municipal de Esposende vai restabelecer a ligação da iluminação pública, depois de, em 2012, terem sido apagados 30% dos pontos de luz. Este é o resultado de um trabalho de fundo, traduzido num plano concelhio que permite, agora, voltar a ligar a quase totalidade das luminárias.
A decisão de desligar alguns pontos de luz foi tomada conjuntamente com outras ações e produziu o efeito de poupança esperado. A boa situação financeira atual do município, aliada aos constantes investimentos em tecnologias mais eficientes conduzem-nos a uma conjuntura em que se torna possível proceder à religação da iluminação pública.
Respondemos, assim, aos pedidos de inúmeros cidadãos e de presidentes de Junta, melhorando a qualidade de vida das populações, garantindo mais segurança, essencialmente aos jovens e aos mais idosos. “É imperativo saber quando devemos aliviar o esforço/incómodos que causamos aos cidadãos”, sustenta o presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira.
O Plano de Gestão Sustentada da Energia, implementado pelo Município, permitiu priorizar ações, relacionadas com a gestão de consumos associados à iluminação pública, tendo como objetivo a redução substancial dos custos associados. Mas esta ação foi complementada com uma série de medidas que permitiram atingir patamares de eficiência que agora resultam na religação das luminárias.
Desde logo, foram substituídas as tradicionais lâmpadas de vapor de mercúrio por lâmpadas de vapor de sódio, ambientalmente mais ajustadas. Foi, ainda, eliminada iluminação decorativa, ajustado o horário dos relógios astronómicos de todos os postos de transformação do concelho de Esposende e reduzida a potência das lâmpadas instaladas.
Este trabalho, desenvolvido pelo Município de Esposende, em estreita colaboração com a EDP e com as Juntas de Freguesia, permitiu uma redução significativa do valor da fatura da iluminação pública. Lembre-se que, nesse mesmo ano de 2012, os custos da energia agravaram-se significativamente e o IVA registou uma subida de 6% para 23%.
Em 2013, o Município decidiu terminar com o “apagão” noturno, adotando como medida de transição, a redução do número de luminárias acesas, perfazendo, sempre que possível, uma média de 30% de luminárias desligadas por unidade territorial.
Feitas as contas, se tais medidas não tivessem sido implementadas, o Município de Esposende teria pago, em 2013, mais cerca de 220 mil euros na fatura de energia elétrica, traduzindo-se, assim, numa poupança de 38%.
“Saldou-se por uma poupança de 126 mil euros, a redução na fatura paga pela autarquia em 2013, comparativamente para 2012, ano do “apagão”. Ou seja, mesmo reacendendo uma parte substancial das luminárias, foi possível poupar”, destaca o presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira.
Em termos técnicos, a redução, de 2012 para 2013, foi de 21% nos consumos energéticos de energia pública, ou seja, uma redução no consumo superior a 1 milhão de kWh. Relevante, em termos económicos, o trabalho desenvolvido pela empresa municipal Esposende Ambiente e pela EDP revela-se mais impactante a nível ambiental, na medida em que possibilita a redução de 20% das emissões de CO2, o aumento de 20% na eficiência energética e aponta para o aumento de 20% de utilização de fontes de energia renováveis até ao ano 2020, conforme o plano aprovado pela Comissão Europeia.
Culminando todo este longo e pormenorizado plano que conduziu ao cadastro da rede de iluminação pública, Esposende viu aprovado o Programa Operacional Temático de Valorização do Território (POVT), submetido no âmbito do projeto Mais Eficiência Energética na Iluminação Pública do Cávado, candidato pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado. Assim, foi possível, entre 2015 e 2016, remodelar uma parte significativa da iluminação pública, com a colocação de mais de um milhar de luminárias de tecnologia LED e de vapor de sódio de alta pressão.
LED poupa 48 mil euros
O investimento de 384 mil euros permitiu ao município, só no primeiro semestre de 2016, poupar 48 mil euros na fatura energética, ou seja, menos 13% nos consumos da rede de iluminação pública.
Aos fatores económicos de poupança devemos associar a redução efetiva da percentagem de emissão de dióxido de carbono para a atmosfera, além da maior autonomia energética e durabilidade, assim como a redução dos custos de manutenção. Por isso, em colaboração com a EDP, nos últimos três meses foram colocadas mais 400 luminárias LED e, num universo total de 11670 luminárias existentes no concelho, existem 2850 que estão desligadas. Avaliado o impacto, será possível religar, desde já, 2160. Ficam por ligar luminárias de jardim, decorativas e com mais de um braço, ou seja, um total de 690.
Apesar da religação, o custo anual com energia elétrica cifrar-se-á 30 mil euros abaixo do custo que se registava aquando da implementação das medidas de gestão energética no concelho, mediante condições similares de imposto e tarifas.
Para prosseguir o plano de gestão da rede de iluminação pública, foi subscrito por Benjamim Pereira, em representação da Câmara Municipal de Esposende e por Mário Guimarães, da EDP, um protocolo para conservação da rede e colocação de luminárias LED.
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